A Weleda – empresa do setor de medicamentos e cosméticos naturais – comunicou-se com o público quase que exclusivamente por meio de seus produtos. Com sucesso. Seu elevadíssimo padrão de qualidade, divulgado boca a boca ao longo de gerações, construiu um sólido patrimônio de credibilidade. Prestígio inversamente proporcional, contudo, ao grau de notoriedade da marca – amada pelo círculo restrito de consumidores-fãs, mas desconhecida por muitos. Pelo menos até agora.
No dia 13 de agosto estreou no Facebook e no Instagram a primeira ação de comunicação de marca que a Weleda realiza no país. Ao longo de 16 semanas, a empresa vai usar as redes sociais para fazer algo inédito em sua trajetória: falar de si mesma.
“A Weleda já nasceu inovadora em 1921, na Suíça, baseada em valores e princípios que só vieram a ecoar no mundo corporativo muitas décadas mais tarde. Já era sustentável muito antes de ‘descobrirem’ a sustentabilidade. Já era biodinâmica muito antes de a agricultura orgânica virar moda. O grande patrimônio da Weleda é essa essência, que merece ser mais conhecida”, diz Maria Claudia Pontes, diretora-presidente da operação brasileira da empresa.
Para o desafio de ampliar a visibilidade da empresa, a Weleda contou com a parceria da Inobi, agência paulistana de criação e estratégia de marcas. “A criação do storytelling de uma marca muitas vezes esbarra na falta de um conteúdo relevante e próprio. Com a Weleda acontece o oposto: a empresa tem muito o que contar. É incrível como sempre esteve à frente de seu tempo, antecipando questões que só hoje estão no centro da pauta: respeito à natureza e às comunidades que há décadas a conhecem e vivem dela, comércio justo, ingredientes livres de agrotóxicos ou aditivos sintéticos e a recusa em fazer testes de produtos em animais. É toda uma história de integridade e coesão entre discurso e prática”, explica Renata Paioli, sócia da Inobi e diretora da conta.
Maria Claudia Pontes conta que, historicamente, a empresa sempre cultivou um comportamento low profile. “Até por não ser orientada exclusivamente para o lucro, sempre se confiou na eloquência da qualidade dos produtos. A experiência e os resultados proporcionados pelos medicamentos e cosméticos falavam por si, e de fato garantiram o crescimento da marca desde 1959, quando foi lançada no Brasil”, explica a executiva. Tamanha discrição, contudo, teve consequências. “Muitos consumidores fiéis dos cosméticos desconhecem que a Weleda faz medicamentos, e vice-versa”, admite.
Além de lançar luz sobre a marca como um todo, a iniciativa tem como motivação fazer justiça ao legado da empresa, revelando para um público mais amplo a sintonia entre as propostas da Weleda e os valores contemporâneos. “Vivemos num mundo que está em busca de novas respostas. Acredito que a Weleda tem algumas delas. E é por isso que ela tem de ganhar proporção e ser conhecida por mais pessoas. É uma empresa disruptiva, cuja vibração é a mesma do mundo contemporâneo. Sempre digo: o mundo pede Weleda. Chegou a hora de mais gente descobrir isso”, sentencia a diretora-presidente.
Se para a Weleda não falta o que contar, coube à Inobi estudar as melhores alternativas para o como contar. A estratégia da campanha de comunicação apoia-se em três pilares temáticos. O primeiro deles é o filosófico, com foco nos princípios diferenciadores da empresa, como por exemplo, a compreensão de que toda a natureza está espelhada no ser humano.
Os outros dois pilares – como não poderia deixar de ser para uma marca que sempre falou por meio de seus produtos – são o de medicamentos e o de cosméticos. Em ambos os casos, a abordagem destaca os ingredientes, cultivos, processos e benefícios singulares adotados pela Weleda para criar produtos que fazem bem ao corpo, à mente e ao espírito.
Qualquer que seja o assunto, a ideia é trazer à tona o quanto a Weleda ressoa com muitas das aspirações contemporâneas do ser humano. A valorização de empresas movidas por propósitos profundos, a preocupação com a preservação dos recursos naturais e o avanço da medicina integrativa, por exemplo, são fenômenos atuais que têm conexão direta com a proposta de valor da Weleda. “Nossa estratégia no Brasil é justamente ampliar a base de consumidores, revelando com verdade o nosso jeito de ser e fazer produtos”, explica Jane Zarro, diretora de marketing da marca.
Para conversar com esse público ampliado, as redes sociais foram uma escolha natural. Tanto na linguagem quanto nas expressões visuais, o objetivo da campanha é desenhar uma imagem da Weleda que traduza sua profunda afinidade com a vida contemporânea e suas demandas. “Isso sem deixar de reverenciar todo um legado de quase um século de empresa. A beleza e a força da beleza talvez estejam justamente aí. A marca, como poucas, traz em sua essência uma fusão de tradição e vanguarda, de ciência e natureza. É uma marca atemporal, com a integridade de um verdadeiro clássico”, conclui Filomena.