Desde o início da quarentena no País, forma de prevenção contra a COVID-19, muitas mulheres estão vivendo uma rotina tensa e se tornaram mais vulneráveis à violência doméstica. Erroneamente estereotipada como uma realidade restrita à classe social de baixa renda, a violência doméstica ocorre em todos os estratos sociais e, infelizmente, é mais comum do que se imagina.
Para alertar sobre esse grave problema que acontece em milhares de lares brasileiros, a F.biz e a Vetor Zero criaram o filme “Call” para o Instituto Maria da Penha, que estreia em portais de notícia e redes sociais, como YouTube e Facebook.
O isolamento social intensifica a convivência entre os familiares, o que pode aumentar as tensões. A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o crescimento do consumo de álcool nesse período e sua relação com o aumento da violência doméstica durante o confinamento.
As dificuldades que já existiam para a denúncia – como medo do agressor, dependência financeira, preocupação com os filhos, vergonha, problemas de acesso à justiça e vitimização pelo Estado – elevaram-se exponencialmente. Assim, devido ao isolamento social, muitas mulheres não conseguem fazer as denúncias, o que gera um número alto de subnotificações.
“Apesar de a violência doméstica ser um problema com o qual lidamos diariamente, o confinamento deu mais visibilidade a ela no Brasil e no mundo. Daí a importância de conscientizar e informar tanto as mulheres quanto toda a população sobre como identificar as situações de violência, quais os canais de denúncia e de que modo cada um de nós pode ser parte da rede de apoio às vítimas. Acredito que esta campanha é capaz de encorajar a sociedade a denunciar, além de reforçar a necessidade de ações contínuas sobre esse fenômeno e contribuir para fortalecer o enfrentamento à violência de gênero”, afirma Conceição de Maria, cofundadora e superintendente-geral do Instituto Maria da Penha.
“Desde o começo da quarentena, estamos produzindo conteúdos informativos e de apoio ao combate à violência doméstica. Infelizmente, durante esse período, houve um aumento de até 50% do número de denúncias em alguns Estados brasileiros, uma situação alarmante que precisa ser combatida com a ajuda de todos. Usando o cenário atual, dos Hangouts, produzimos uma história para chamar a atenção de todos aos pequenos sinais que podem revelar um pedido de ajuda”, declara Adriano Alarcon, CCO (Chief Creative Officer) da F.biz.
A empatia é uma ferramenta fundamental de combate à violência doméstica. Por isso, é preciso conversar com outras mulheres, enviar mensagens, procurar saber como elas estão vivendo o período de isolamento social, manter contato constante e ressaltar que elas têm a quem recorrer em caso de violência.
“Foi um privilégio poder contar uma história assim, com uma mensagem tão importante nesse momento difícil que estamos vivendo como sociedade. Nossa grande preocupação foi alinhar forma e conteúdo para que a história tivesse muita clareza para mostrar que as mulheres não estão sozinhas e que sempre existe alguém disposto a ajudar”, explicam Coutinho & Batti, a dupla de diretores do filme.
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