Idealizada pela agência Leo Burnett Tailor Made em parceria com o Instituto EcoFaxina, que trabalha na coleta de resíduos nas áreas degradadas da Baixada Santista, começou ontem (14), no aquário Acqua Mundo do Guarujá, a exposição “Aquário Morto”. Assinada pelo artista paulistano Eduardo Srur, a exposição se destacou por trabalhos que chamam a atenção para questões ambientais e do cotidiano nas metrópoles. A mostra vai até o dia 10/05, sempre de segunda à sexta, das 10h às 18h, sábados das 10h00 às 22h e domingos e feriados, das 10h às 20h.
A sala principal do Acqua Mundo, com aproximadamente 360° de aquário, foi dividida ao meio deixando todas as espécies marinhas de um lado. O outro espaço apresenta os lixos retirados das praias do Guarujá e Santos, formando a imagem do “fundo do mar” repleto de lixo. O objetivo é impactar o público para que entendam o quanto é importante que todos abracem essa causa. O artista Eduardo Srur reforça que cabe a cada um escolher o que quer para o seu futuro “morte ou vida” e a exposição mostra exatamente isso.
O fundador do Instituto EcoFaxina William Rodriguez alerta para a importância da educação ambiental: ” As pessoas precisam mudar seus hábitos diários em relação ao descarte de resíduos, e as prefeituras incentivarem essas atitudes, apoiando as iniciativas de recuperação ambiental na Baixada Santista, Guarujá e região. É importante também incentivar atividades de educação ambiental, principalmente nas comunidades onde existem áreas de agressão permanente”, afirma o biólogo que trabalha ativamente com crianças em escolas e comunidades carentes.
Para Srur, chamar a atenção para elementos esquecidos pela sociedade é um grande passo para a mudança:“Faz algum tempo que comecei com a missão de tirar a arte dos museus e das galerias e levar para o grande público, de forma que aproxime a arte do cotidiano das pessoas. Esse é um ingrediente essencial para modificar a forma de como enxergamos a realidade. Se você da à possibilidade do público mudar o olhar, você começa a mudar as práticas e a forma como lidamos com essa realidade”, afirma ele.
Atualmente, cerca de 260 espécies da fauna marinha são afetadas pelo lixo descartado, e 77% dos poluentes despejados vêm de áreas terrestres. O habitat marinho virou um enorme lixão que recebe toneladas de resíduos. Ambientalistas estimam que 14 bilhões de quilos de lixos sejam descartados todos os anos nos oceanos, destino final de todo o nosso lixo.
A costa brasileira, com 9.198 km de extensão, possui mais de cinco regiões metropolitanas à beira-mar que geram quase 56 mil toneladas de poluentes por dia. Entre elas, a cidade de São Paulo com destaque para as regiões de São Vicente – Itaquitanduva (área de reserva com acúmulo de lixo – acesso por trilha), Guarujá – Cabeça do Dragão ou Saco do Major e o Dique da Vila Gilda, considerada a maior favela de palafita do Brasil, no Município de Santos, que abriga de forma precária seis mil famílias em meio a toneladas de lixo.