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Africa idealiza o movimento #LetHerRun

Um grupo de mulheres atletas está impossibilitado de competir em provas oficiais por registrarem taxas naturais de testosterona acima do padrão. Visto por alguns especialistas como um sinal de intolerância, preconceito e baixa empatia, a normativa já encerrou prematuramente a carreira de dezenas de esportistas e hoje ameaça a trajetória de várias corredoras, inclusive as três medalhistas dos 800m nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016: Francine Niyonsaba, do Burundi, Margaret Wambui, do Quênia, e a bicampeã olímpica Caster Semenya, da África do Sul.

Um dos principais nomes do atletismo mundial, Caster foi impedida pela World Athletics (WA), antiga International Association of Athletics Federations (IAAF – Associação Internacional de Federações de Atletismo), de defender seu título nos Jogos Olímpicos Tokyo 2020.

A federação condicionou a participação da atleta ao uso de supressores hormonais. Entretanto, atletas masculinos não são banidos de competições por seus diferentes níveis naturais de testosterona.

Idealizado pela agência Africa e com apoio do canal esportivo SporTV, o movimento #LetHerRun surge da injustiça enfrentada por essas atletas e é impulsionado por uma coalizão de ex-atletas, cientistas desportivos e acadêmicos, entre eles a ex-jogadora de vôlei Jackie Silva que, junto a sua dupla Sandra Pires, foi a primeira mulher brasileira medalhista de ouro em Jogos Olímpicos e Kátia Rubio, professora da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP).

O movimento também recebe o apoio de especialistas como Dr. Travers, docente de Sociologia na Simon Fraser University, em British Columbia (Canadá), e especialista em esporte e injustiça social, com ênfase na inclusão e exclusão de mulheres e LGBTQIA+.

#LetHerRun conta com um filme de divulgação impactante que retrata as “nude parades” e os constrangimentos causados às atletas na década de 60, quando competidoras femininas eram submetidas a um humilhante exame de comprovação de sexo biológico.

A peça foi produzida pela Santeria, com direção de Rafa Damy e produção executiva do mesmo ao lado de Edgard Soares Filho e Telma Silva. O movimento visa pressionar a World Athletics diante da desigualdade de tratamento de gênero e reivindica a revisão da decisão sobre o banimento dessas atletas.

“O caso da Caster merece a nossa atenção porque determina o destino de dezenas de outras atletas que terão suas carreiras extintas prematuramente apenas por terem nascido fora dos padrões impostos por tecnocratas de uma agência regulamentadora. Por que a produção de hormônios naturais não invalidou nenhuma carreira masculina até hoje? Alguém já parou para comparar os níveis de testosterona do Usain Bolt com os do Justin Gatlin, por exemplo?”, indaga Jackie Silva, embaixadora do movimento.

“A história do esporte olímpico é marcada por grandes lances de superação que inspiram o avanço humano. Porém, o caso da Caster é uma traição desta história. É um retrocesso que apequena o sonho olímpico de solidariedade e inclusão. Espero que esse erro não precise ser revisto daqui há algumas décadas como as injustiças cometidas contra outros atletas do passado”, afirma Kátia Rubio, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e uma das consultoras do movimento.

Para saber mais sobre o movimento e como apoiá-lo, além de ler a carta aberta e conhecer o perfil das atletas banidas, acesse o site.

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