Durante os dias 17 e 18 de junho, em diversos locais que integram o calendário de eventos “Pride” de São Paulo, incluindo a 21ª Parada do Orgulho LGBT, na Avenida Paulista, a Youpper – Consumer & Media Insights realizou uma pesquisa quantitativa e qualitativa exclusivamente com homens e mulheres acima de 18 anos e de todas as classes sociais que se declaravam homossexuais. Foram ouvidas 300 pessoas no estudo, que tem como objetivo descortinar a opinião desses cidadãos sobre a relação institucional de marcas com as causas da diversidade sexual.
A pesquisa mostrou que 80% dos entrevistados não se identificam com as ações publicitárias feitas durante a Parada LGBT. Para 60% das pessoas ouvidas, a defesa sazonal das causas relacionadas à diversidade sexual, apesar de ser uma postura adotada por muitas empresas, pode até ser prejudicial a essas marcas, transmitindo imagem de oportunismo sem ética em busca de maior retorno comercial ou institucional. 75% sente falta das marcas defendendo a causa após o período do evento.
A maioria dos ouvidos acredita que é necessária uma postura contínua das marcas no discurso de promoção da diversidade. Diante dessa constatação, o estudo conclui que é necessária uma postura contínua das marcas no discurso de defesa da diversidade, que vai além do período da Parada LGBT ou do Dia dos Namorados.
Outra constatação é a de que, para os ouvidos no estudo, durante a Parada LGBT, parte das marcas se apoiou em estereótipos da diversidade sexual em seu material publicitário, mostrando incapacidade de abranger a variedade de arquétipos inseridos na comunidade homossexual, que inclui gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, transgêneros e drag queens.
Cabe mencionar que, apesar de haver uma percepção negativa relacionada às marcas, pontos positivos também foram identificados na percepção do consumidor com relação à comunicação relacionada à Parada LGBT. 78% dos entrevistados considera relevante o aumento da visibilidade para a comunidade.
“A Parada LGBT não tem mais o seu foco na promoção da igualdade, como antes, mas agora dissemina o orgulho por ser diferente, com o desejo de ser respeitado como igual, afinal, diversidade inclui homossexuais, heterossexuais e assexuados convivendo em uma sociedade sem preconceitos”, afirma Diego Oliveira, CEO da Youpper. “Não adianta colocar um homem gay em cima do salto, todo montado, se no dia a dia ele é comum, tem vontades e necessidades pessoais assim como os heterossexuais. Precisa-se integrar e normalizar, não apontar a diferença”, completa.