A Creator Economy cresce, atrai mais investimento e começa a se consolidar como uma nova fronteira da mídia programática, com creators atuando como canais de influência escaláveis, mensuráveis e altamente segmentáveis. Contudo, na prática, muitos criadores de conteúdo ainda enfrentam dificuldades para encontrar parcerias que respeitem seu estilo, tempo e autenticidade.
Segundo a nova edição da pesquisa Creator POV, realizada pela BrandLovers com mais de 5 mil creators em todo o Brasil, 52,8% dos criadores dizem ter dificuldade para fechar campanhas pagas relevantes — ou seja, a barreira não está só em monetizar, mas em encontrar marcas que realmente combinem com seu perfil e propósito.
“As marcas querem creators autênticos, só que muitas vezes entregam briefings prontos, cheios de regras, sem margem para o criador adaptar ao seu público. O resultado? Perde-se o diferencial da Creator Economy: a conexão forte com a audiência”, afirma Rapha Avellar, CEO da BrandLovers.
Parcerias com propósito valem mais que publis isoladas
Apesar do cenário identificado pelo estudo exclusivo, a verdade é que os creators contestam essa realidade e são firmes ao defender o que esperam de uma colaboração real: parcerias de longo prazo, com liberdade criativa e alinhamento de valores. Segundo a pesquisa, 61,7% afirmam que relações duradouras com marcas contribuem diretamente para seu bem-estar, e 32,3% consideram a liberdade para criar com o próprio estilo um fator decisivo na hora de fechar uma campanha. Esse movimento também se comprova nos dados de mercado: análises de campanhas executadas no Creator Ads mostram que, a partir da terceira publicação com o mesmo creator, o desempenho médio em awareness, afinidade e intenção de compra cresce de forma consistente, gerando um efeito cumulativo que potencializa o impacto de marca.
A pesquisa também mostra que os creators são criteriosos na hora de aceitar propostas:
- 46,2% recusam quando a marca não combina com seu perfil;
- 45,3% rejeitam campanhas que vão contra seus valores;
- 31,1% dizem não quando o cachê é muito baixo.
Nos comentários abertos da pesquisa, o que se vê é um coro uníssono: criadores querem ser remunerados justamente, mas também gostariam de ser ouvidos e respeitados. Não à toa, eles valorizam marcas que confiam em sua linguagem e reconhecem seu papel como ponte real com o público.
“Não é só sobre pagar cachê. É sobre ouvir, confiar e construir junto. Quando o creator sente que pode criar com autenticidade, a entrega é mais leve, mais orgânica e muito mais eficiente para todos os lados”, reforça Rapha.
O briefing engessado virou um obstáculo
Outro paradoxo revelado pela pesquisa diz respeito ao fato de que as marcas buscam naturalidade nas entregas, mas muitas vezes impõem roteiros prontos, linguagem forçada e prazos inviáveis — o que compromete a autenticidade do conteúdo.
- 60,3% dos creators afirmam que poder criar com liberdade contribui diretamente para o bem-estar;
- 44,5% dizem que briefings bem estruturados ajudam na rotina;
- Mas 15,1% já recusaram campanhas por incompatibilidade entre briefing e estilo pessoal.
Além disso, 32,8% dos creators relatam dificuldade em manter uma rotina consistente de criação, o que torna ainda mais importante o respeito ao tempo e ao processo de cada criador. Quando marcas atropelam etapas, exigem entregas urgentes ou desconsideram o formato original do creator, o conteúdo perde força e a audiência percebe.
O que as marcas ganham quando mudam a abordagem
A Creator Economy não se trata apenas de contratar criadores, mas de entender o que move, engaja e sustenta esses profissionais. A BrandLovers defende que esses profissionais podem — e devem — ser tratados como mídia programática viva: com escala, automação e dados, sim, mas também com autenticidade, escuta e liberdade criativa.
“As melhores campanhas nascem da escuta. O creator sabe o que funciona com o público dele e quando tem liberdade para criar com verdade, todo mundo ganha: marca, creator e audiência. A tecnologia entra para escalar esse processo, sem engessar o conteúdo”, afirma Rapha Avellar.
Sobre a pesquisa
O Creator POV 2025 é a segunda edição consecutiva da maior pesquisa do Brasil dedicada à realidade dos criadores de conteúdo. Conduzido pela BrandLovers, o estudo teve abordagem quantitativa e foi realizado por meio de formulário online, entre os dias 20 de junho e 08 de agosto de 2025.
A amostra conta com 5.169 respondentes, de todas as cinco regiões do Brasil, incluindo nano, micro e macro creators atuantes em diferentes nichos.
Além dos dados coletados via survey, o relatório também se apoia em informações comportamentais e analíticas extraídas da plataforma Creator Ads da BrandLovers, além de outros estudos de mercado. Com isso, a pesquisa amplia a compreensão sobre o cenário, os desafios e as oportunidades reais para quem vive da criação de conteúdo no Brasil.
