Promover acesso ao conhecimento técnico, desenvolver competências comportamentais e transformar trajetórias. Esses foram os pilares do projeto social idealizado pela Kipiai, agência especializada em marketing digital, que capacitou gratuitamente dez estudantes de escolas públicas da região de Itapevi, município da grande São Paulo, em temas fundamentais do marketing digital.
A iniciativa, que teve mais de 60 inscritos e selecionou dez jovens após um processo seletivo, resultou na contratação de dois deles como menores aprendizes. A ação foi realizada ao longo de três meses no segundo semestre de 2024, em parceria com a Secretaria de Educação da cidade.
O objetivo não era encontrar novos talentos para a empresa, nem suprir uma demanda de mercado. A motivação veio de outro lugar: proporcionar uma experiência de formação prática e real aos jovens, criando um ciclo de aprendizado para ambos os lados, alunos e equipe da agência. “A proposta não era resolver um problema da empresa, mas devolver para a sociedade algo que sabemos fazer bem: ensinar, compartilhar conhecimento e abrir caminhos”, explica Bruno Lima, fundador da Kipai.
O programa foi dividido em três módulos, que abordaram desde fundamentos técnicos, como SEO, campanhas de mídia paga, redes sociais e métricas, até aspectos humanos, como comunicação, trabalho em equipe e inteligência emocional. Ao fim da capacitação, os participantes passaram por uma nova etapa avaliativa, e dois deles foram selecionados para vagas de jovem aprendiz na própria Kipiai.
Para Silmara Araújo, Head de Gente e Gestão da agência, o impacto da ação vai além das contratações. “Não se trata de salvar ninguém ou contar histórias com tom de superação. O que construímos foi um espaço de troca. A gente aprende com eles tanto quanto eles aprendem com a gente. E isso tem um valor imenso”, afirma.
Desde o início, a seleção foi desenhada para valorizar não apenas habilidades técnicas, mas principalmente comportamentais. Os 60 inscritos passaram por entrevistas, dinâmicas e avaliações conduzidas por um comitê interno. O objetivo era identificar jovens com disposição para aprender, colaborar e se desenvolver em um ambiente criativo e dinâmico.
João Gabriel, um dos estudantes selecionados, conta que via o marketing digital com certa curiosidade, mas não conhecia a fundo a área. “Buscava uma oportunidade de primeiro emprego que me permitisse entender o mundo do trabalho de forma mais humana. O projeto foi exatamente isso: um ambiente acolhedor, com conteúdo denso e um olhar atento às nossas histórias”, relata. Hoje atuando na área de performance da Kipiai, ele diz se surpreender com o dia a dia da empresa. “Achei que seria tudo muito rígido, mas encontrei um lugar onde as ideias circulam e o aprendizado é constante.”
Outro jovem contratado, Eduardo Alves, planejava seguir carreira militar até conhecer o programa. “Fui incentivado pela escola e pela minha família. Achei que ia só aprender um pouco sobre marketing, mas acabei descobrindo uma nova vocação. A experiência foi transformadora”, destaca. Atualmente ele atua na área de Qualidade e destaca o ambiente colaborativo da agência como um fator-chave para sua adaptação.
A Kipiai não pretende parar por aqui. A repercussão positiva do projeto, que recebeu o prêmio de destaque na modalidade de Diversidade e Inclusão, em prêmio concedido pela diretoria de ensino de Itapevi, motivou a agência a institucionalizar a ação em seu calendário anual. A ideia é realizar uma nova edição por ano, mantendo o foco em escolas públicas da região.
“Queremos que essa prática se torne parte do nosso jeito de ser. É mais do que responsabilidade social. É uma forma de exercitar na prática os valores que defendemos”, afirma Silmara. A executiva destaca ainda que a experiência contribuiu para fortalecer o próprio time da agência: “A mentoria, o envolvimento dos colaboradores, o desafio de ensinar, tudo isso nos fez crescer como organização.”
A iniciativa da agência mostra como o marketing pode ir além da comunicação e se tornar ferramenta de impacto social real, sem precisar recorrer a narrativas assistencialistas ou oportunistas. “Ao investir em formação de base e abrir espaço para o protagonismo de jovens talentos, a agência lança uma semente com potencial de florescer em muitas direções, dentro e fora de seus próprios muros”, finaliza Bruno.