terça-feira, dezembro 9, 2025
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Friday Experience: Corta o Cafezinho…

Por mais surpreendente que possa parecer, ainda encontramos nos corredores empresariais atitudes “metafóricas” como essa de “cortar o cafezinho”, como medidas de contenção de gastos por conta de “quedas de receitas”, resultados de incertezas econômicas ou comportamentos erráticos do mercado.

Elas são parte de um conjunto de ações simbólicas de austeridade, com baixos efeitos práticos, e com o risco de trazer insatisfações veladas e perdas de eficiência.

POR QUE ISSO É IMPORTANTE:

Por natureza, todo negócio é constituído com a perspectiva de gerar riquezas para todos os agentes interessados, de maneira sustentável, para que seja longevo. Gerar riquezas pressupõe a construção de valor, assim entendido como a relação entre os benefícios percebidos e pagos e os custos/despesas dispendidos para entregar o produto/serviço.

Nessa perspectiva, todos os custos/despesas de uma empresa, e as receitas também, devem ser submetidos continuamente a comparações sobre “qual valor” elas têm trazido para o negócio. A resposta a essa indagação passa por você avaliar cada categoria de custos/despesas e receitas geradas pelo teu negócio, comparando-os com referenciais externos, internos ou desafios de competitividade.

PANORAMA GERAL:

Resultado da evolução do conceito de orçamento base zero-OBZ (início dos anos 60), com orçamento matricial de custos, despesas e posteriormente receitas-GMD/R (início dos anos 90 com a Ambev), um grupo de profissionais dos quais faço parte, desenvolveu o que chamamos de ORÇAMENTO POSITIVO -OP. Ele mantém o conceito de avaliar a geração de valor para todos os grupos financeiros do DRE, com estruturas simplificadas em relação ao GMD/R, sobretudo os gestores de “pacotes” e “centros de movimentações financeiras”. Essa simplificação permite adotá-lo em médias e pequenas empresas com resultados altamente expressivos.

A partir de uma base de dados (custos/despesas/receitas), é estabelecida uma meta de ganho/melhoria sobre a qual as análises serão executadas. Na perspectiva dos custos/despesas (gastos), são avaliados os preços/contratos e a eficiência (qualidade dos gastos), produzindo duas frentes de trabalho, sendo uma para negociar preços/contratos e outra para aumentar a eficiência dos recursos. Com os resultados alcançados, sempre em valores relativos (% sobre um parâmetro), são comparados com referências internas e/ou externas (benchmark), construindo metas preliminares, que serão negociadas e validadas com os executivos responsáveis na estrutura organizacional. As metas finalmente pactuadas serão as bases para a construção dos planos de ação e monitoramentos posteriores.

MORAL DA HISTÓRIA:

Promover cortes de gastos, com o propósito de economizar, sem analisar adequadamente o impacto (valor efetivo) que ela produza no curto e médio prazo, tem se mostrado ineficaz e muitas vezes prejudicial ao negócio. Nas empresas com mão de obra intensiva, o impacto torna-se maior ainda. Nestes tempos de baixo engajamento e bem-estar emocional das pessoas, movimentos desta natureza podem trazer mais perdas do que ganhos. O conceito moderno de “austeridade” alinha eficiência, responsabilidades e sustentabilidade, sem comprometer o valor entregue às partes.

Com as palavras atribuídas ao Ram Charan, segundo as quais “o bom gestor financeiro não é o que corta mais, mas o que investe melhor”, recomendo que você avalie os “benefícios” do Orçamento Positivo – OP, no seu negócio, inclusive nas receitas, e se ao final necessitar “cortar o cafezinho”, faça-o no contexto das ações para a produção de valor empresarial.

Raimundo Sousa.

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