A evolução do comportamento do consumidor está criando oportunidades para as empresas que sabem como se adaptar. O recente relatório da Euromonitor International, “Tendências Globais de Consumo em 2025”, destaca algumas das principais mudanças nos hábitos de compra, incluindo maior foco em sustentabilidade, bem-estar e estratégias digitais.
De acordo com o estudo, 72% dos consumidores estavam preocupados com o aumento do custo de itens essenciais em 2024, enquanto apenas 18% relataram compras por impulso com frequência. Essa realidade demonstra uma transição para um consumo mais consciente e planejado, alinhado às necessidades financeiras e à busca por valor.
Andrea Eboli, estrategista de negócios com mais de 25 anos de experiência, fundadora e CEO da oficina de soluções corporativas EDR, explica como essa mudança está impactando as marcas. “O consumidor moderno está cada vez mais atento à relação custo-benefício, exigindo soluções que realmente atendam às suas necessidades. Esse movimento está forçando as empresas a repensarem desde os produtos até a maneira como se comunicam”, ela explica.
Bem-estar como prioridade
Uma das principais tendências identificadas é o aumento do interesse em produtos e serviços relacionados à saúde e à longevidade. Em 2025, espera-se que as vendas globais de vitaminas e suplementos alcancem US$139,9 bilhões. Esse dado reflete o desejo de consumidores por soluções preventivas que promovam uma vida mais saudável.
Andrea Eboli ressalta que esse foco em bem-estar vai além da saúde física. “As pessoas estão buscando um equilíbrio geral, o que inclui saúde mental, produtividade e até mesmo maior conexão com a comunidade. Marcas que conseguirem entregar valor nessas áreas terão um diferencial importante”, analisa.
As empresas podem atender a essa demanda por meio de produtos funcionais e serviços especializados, como apps de bem-estar que monitoram hábitos diários. Além disso, os consumidores também esperam transparência em relação à eficácia desses produtos, exigindo evidências científicas.
Consumo sustentável ganha força
A sustentabilidade também continua em destaque. Em 2024, 5 milhões de produtos online incluíram selos de sustentabilidade, indicando a importância de soluções ecológicas para os consumidores. Contudo, a acessibilidade financeira ainda é um desafio.
Andrea aponta que esse é um ponto crítico para muitas empresas. “Oferecer produtos sustentáveis sem aumentar custos de forma significativa é um dos maiores desafios da atualidade. É preciso mostrar que a sustentabilidade pode estar ao alcance de todos, sem comprometer a qualidade ou o preço”, afirma.
Para superar esse obstáculo, as marcas podem investir em soluções inovadoras que combinam sustentabilidade com outras vantagens, como durabilidade ou funcionalidade aprimorada. Produtos multifuncionais que aliam valor ecológico a benefícios diretos ao consumidor são exemplos claros dessa tendência.
A revolução digital e a IA
A digitalização também está transformando o mercado. Em 2024, mais de 23 mil novas marcas foram lançadas online em 54 categorias de bens de consumo. Além disso, 42% dos consumidores fizeram compras via livestreaming, motivados pela facilidade de compreender os produtos apresentados.
A inteligência artificial também se tornou um recurso valioso. De acordo com a Euromonitor, 65% dos profissionais planejam investir em IA generativa nos próximos cinco anos. Não é exagero dizer que a capacidade de oferecer recomendações personalizadas está revolucionando a experiência de compra.
Andrea destaca a importância da IA nesse contexto. “A personalização é uma tendência irreversível. Com a inteligência artificial, as marcas conseguem entregar soluções sob medida para diferentes perfis de consumidor, melhorando tanto a experiência quanto a fidelização”, conclui.
O relatório da Euromonitor demonstra que compreender e atender às expectativas do consumidor será fundamental para o sucesso das empresas nos próximos anos. Marcas que investirem em bem-estar, sustentabilidade e tecnologia estarão melhor posicionadas para capturar essas oportunidades. “O futuro do consumo é guiado por escolhas conscientes e pela busca por valor real. Adaptar-se a isso é essencial para sobreviver e crescer”, finaliza Andrea.