A cidade de Florianópolis, ou a “Ilha do Silício” como é chamada por conta de seu reconhecido polo tecnológico, foi escolhida para receber o primeiro museu de arte digital do Brasil.
A iniciativa é da Propague, agência que há 60 anos se reinventa no mercado de propaganda e experiência de marca, em parceria com a Ohtake no projeto arquitetônico e a JA8 Arquitetura Viva, no paisagismo. Os parceiros receberam convidados nesta última quinta-feira (01), na Acate Downtown, para apresentar o conceito e a área destinada ao novo museu.
A Propague, que foi fundada em 1962 em Florianópolis e sempre teve a inovação como um dos propósitos, viu o curso dos seus negócios mudar a partir de 2020. “A tecnologia nos impulsionou”, conta Patricia Costa, que hoje comanda a Propague, empresa fundada pelo pai, Roberto Costa. Com a pandemia impedindo eventos presenciais, e as empresas precisando encontrar novas maneiras de impactar o público, a agência se tornou referência em experiência de marca – sendo responsável por eventos de grandes nomes como Votorantim e Globo.
Neste ano, deram um novo passo – adquiriram a icônica cobertura que pertenceu a Ruy Ohtake, falecido ano passado, para instalar a sua sede, que hoje é em São Paulo. O imóvel, habitado e projetado pelo renomado arquiteto brasileiro, fica localizado entre a Faria Lima e Cidade Jardim. E foi a partir deste contato que as empresas Propague e Ohtake estreitaram relações.
Atualmente, Rodrigo Ohtake, filho de Ruy, é quem está à frente do escritório de arquitetura, responsável por grandes construções como a Embaixada do Brasil em Tóquio, o Hotel Unique em São Paulo e o Bioparque Pantanal, em Campo Grande. Tendo em comum com a Propague dois pilares fortes – arte e inovação – Rodrigo foi convidado para ser o responsável pelo projeto arquitetônico do MADI.
“A arquitetura do museu começa a partir do Sambaqui e do acúmulo de conhecimento e memória que ele traz. O acúmulo de conhecimento é o que torna a tecnologia contemporânea e inovadora como é nos dias de hoje”, contou o arquiteto no evento desta quinta-feira (01).
Além de participar da concepção criativa do projeto, a Propague deverá liderar os esforços para captar os recursos na iniciativa privada para viabilizar sua construção através das leis de incentivo fiscal.
“A arte sempre foi a grande paixão da minha vida. Criar e ajudar a viabilizar uma obra dessas na cidade em que nasci será a realização de um grande sonho, além de reforçar ainda mais a posição de Florianópolis como o Vale do Silício brasileiro”, afirma Patrícia Costa, presidente da Propague. A grande inspiração para o projeto é o museu Guggenheim em Bilbao. “O sucesso do museu elevou o patamar da cidade com impacto direto no turismo. É o que almejamos também para Florianópolis”, conta Patrícia.
A natureza e a integração dela com a cidade são essenciais numa capital como Florianópolis. Foi pensando nisso que a Propague convidou a JA8 Arquitetura Viva para o projeto de paisagismo do MADI. A empresa possui 22 anos de história sob o comando das sócias Juliana Castro e Clarice Castro Wolowski e, desde então, vem desenvolvendo arquitetura paisagística diante de todas as suas possibilidades. No evento de apresentação do museu, Juliana contou parte da intenção do projeto: “É um projeto promissor. Aliar a tecnologia à arte é tudo que a gente precisa: delicadeza e suavidade para o nosso cotidiano. Além de criar um espaço democrático, em que o público que frequenta o Centro possa interagir com a arte”.
As referências para a concepção do MADI são diversas e resultam em uma construção que é pensada para todos e revolucionará o cenário de arte e tecnologia no Brasil. “É uma obra de arte que emociona. Um espaço democrático onde o Maciço e o Centro se encontram. Um presente para a cidade” afirma o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, que marcou presença no evento.
A união da arte digital e interativa, com referências de museus tecnológicos da Europa e da Ásia, e simbologias históricas da cidade de Florianópolis, como os sambaquis – construção topográfica pré-colombiana típica do litoral catarinense, fazem refletir que não é possível projetar um futuro sem reconhecer o passado. O MADI é um legado deixado para a cidade onde a Propague foi fundada e que hoje é referência nacional – e até internacional – de acolher iniciativas inovadoras.