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41% das brasileiras têm medo de lutar por seus direitos, revela pesquisa Ipsos

Celebrado em 08 de março, o Dia internacional da Mulher é também o momento e a oportunidade para a sociedade avaliar e repensar suas posições em relação a igualdade entre os sexos, além de outras questões sociais que afetam o universo feminino como esteriótipos de gênero, violência, opressão e preconceitos. A Ipsos divulgou dados da pesquisa Global Advisor sobre feminismo e igualdade de gênero. O estudo, realizado em 24 países e que abordou vários temas, aponta que 41% das brasileiras sentem medo de defender seus direitos por temer o que possa acontecer com elas. Esse resultado faz com que o Brasil ocupe a terceira colocação do ranking, sendo as indianas as mais receosas (54%) e as turcas em segundo lugar (47%). O consolidado global é bem menor: 26% das mulheres têm medo de se expressar e de defender a igualdade de direitos.

Outra questão levantada entre a população global (mulheres e homens) é se “As mulheres são inferiores aos homens? ”. A média mundial apontou que 18% acreditam que sim. O resultado do Brasil (16%) é muito próximo da média mundial. Mas Rússia e Índia divergem do número global, ficando empatados no top da lista, com 46%. Ao analisar os dados separadamente das mulheres e homens, percebe-se que os entrevistados do sexo masculino são mais propensos a concordar com a suposta inferioridade feminina, e a crença é particularmente alta na Rússia (49%) e Índia (44%). O mesmo acontece com os brasileiros, visto que 19% dos homens brasileiros acreditam na inferioridade feminina contra 14% das mulheres.

Quando os participantes foram questionados se as mulheres devem cuidar dos filhos e famílias, não trabalhando fora de casa, 17% dos entrevistados globais concordaram com a premissa. Avaliando os resultados de cada sexo, 14% das mulheres são a favor contra 19% dos homens. Neste quesito, o Brasil está em linha com a tendência mundial e somente 15% aprovam essa situação, sendo que os homens brasileiros concordam mais que as mulheres (17% e 14%, respectivamente).

Existe igualdade?

Apensar de todas as discussões sobre a desigualdade entre homens e mulheres divulgadas atualmente, nove em cada dez entrevistados em todo o mundo (88%) afirmam acreditar na igualdade de oportunidades para ambos os gêneros e o número é elevado entre homens e mulheres (86% e 89%, respectivamente). Uma clara maioria em cada um dos 24 países acredita nisso, sendo o menor índice no Japão com 71%.

No entanto, 72% dizem que a desigualdade existe atualmente em termos de direitos sociais, políticos e econômicos, especialmente as mulheres com 76% contra 68% dos homens. Novamente, uma maioria de cada país acredita que a desigualdade existe – incluindo o Brasil na quarta colocação com 78%. A única nação que discorda é a Rússia com 42%.

“Esta aparente contradição reflete muito bem dois opostos da situação feminina no Brasil e no mundo. De um lado, observa-se um recente crescimento das manifestações pelo empoderamento da mulher, seja por meio de movimentos na internet ou nas ruas, mas de outro a manutenção de valores machistas e da desigualdade de gênero. A violência contra a mulher, diferenças de cargos e salários, baixa presença da mulher na política são alguns exemplos desta desigualdade real”, afirma Narayana Andraus, gerente da Ipsos.

As mulheres são mais positivas, visto que em média, 60% concordam que têm plena igualdade com os homens em seu país e são livres para realizar seus sonhos e aspirações. No entanto, em sete dos 24 países a maior parte das mulheres discorda, especialmente na Espanha (73%), Japão (67%), Coreia do Sul (64%), Turquia (62%), Brasil (55%) e Sérvia (55%).

Direitos iguais

Em média, seis em cada dez entrevistados (58%) dos 24 países entrevistados se definiriam como feministas, sendo as mulheres mais propensas a isso do que os homens (de 62% a 55%). Analisando o total de cada nação, a população da Índia é a que mais se considera feminista, com 83%, seguida pela China com 74% e Itália com 70%. No Brasil, somente 51% se declaram como feministas, sendo a porcentagem maior entre as mulheres (58%) do que os homens (43%).

“No Brasil, o feminismo é algo historicamente recente. Nasce na década de 30, com a luta pelo direito ao voto, mas somente, na década de 70, inicia as manifestações por oportunidades iguais de forma geral. Por isso, a compreensão do que é ser feminista ainda não é clara. 88% concorda que ‘devem existir oportunidade iguais para homens e mulheres’, que é justamente a definição básica de feminismo, mas apenas 51% de declaram feministas”, comenta Narayana.

68% dos entrevistados globais também afirmam reivindicar ativamente os direitos das mulheres, sendo os homens mais tendenciosos a dizerem que defendem os direitos femininos. O Brasil está alinhado com a média mundial, visto que 66% dos entrevistados no país acreditam apoiar os direitos femininos e mesmo analisando os números de cada sexo, a porcentagem brasileira é bem próxima (67% mulheres e 65% homens).

Uma minoria (25%) acredita que os homens são mais capazes que as mulheres, com exceção da China (56%) e Rússia (54%). No Brasil, só 19% veem uma capacitação masculina maior em relação ao público feminino.

Realizada entre 20 de janeiro e 03 de fevereiro, a pesquisa aconteceu via painel online em 24 países: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Hungria, Índia, Itália, Japão, México, Peru, Polônia, Rússia, Servia, Suécia e Turquia.  Foram entrevistadas 17.551 pessoas, sendo adultos de 18 a 64 anos nos Estados Unidos e no Canadá e de 16 e 64 anos nos demais países. A margem de erro é de 3,5%.

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